15 de junho de 2016

Taxistas e Uber em “pé de guerra” em Curitiba

Desde o último dia 18 de março o aplicativo Uber está operando em Curitiba. Sucesso cada vez maior no transporte de pessoas, a novidade tem revoltado os taxistas da Capital, que acusam o concorrente de ser “pirata”, “ilegal” e de estar “acabando com uma profissão”. 

A animosidade, contudo, tem aumentado, ao ponto de relatos de agressão se tornarem recorrentes, a exemplo do que ocorre em outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo informações apuradas pela reportagem, já teriam sido registrados cerca de 70 casos de agressão e ameaça contra os motoristas do Uber. Um dos últimos episódios ocorreu na segunda-feira: a vítima teria descido do carro para retirar a bagagem do cliente, mas foi surpreendido por três taxistas. Caído no chão, levou chutes e socos e acabou com o nariz quebrado, além de ter o carro danificado na base de pontapés e pedradas.

Episódios assim, inclusive, são recorrentes. Um outro motorista do Uber relatou um pouco do que já vivenciou em um mês e meio trabalhando com o aplicativo. Pai de família, pediu para não ser identificado por temer represálias. “Pelo que estamos presenciando, a coisa está tão séria que eu quero falar, mas tenho medo do que vai acontecer porque vemos que eles (taxistas) estão sem limites. Está bem complicado”, afirma.

Morador de Santa Catarina, ele relata que veio trabalhar na Capital por não conseguir emprego em sua cidade. Logo em seu primeiro dia de trabalho com o Uber, contudo, veio o primeiro susto: uma armadilha armada por 15 taxistas, que teriam feito a chamada usando o perfil de uma mulher. Conseguiu escapar, mas na semana retrasada voltou a viver momentos dramáticos ao atender uma chamada no Batel.

“Encontrei os rapazes, eram dois passageiros. Parei o carro do lado direito, um entrou na frente e outro atrás. Aí uns 10 taxistas já foram para frente do carro e começaram a mandar o passageiro descer. O passageiro, sem eu pedir nem nada, começou a dizer que era o primo dele, que não era Uber. Mas eles não acreditaram e eu fiquei tentando convencer o passageiro a entrar no carro”.

Quando o passageiro decidiu entrar novamente no veículo, os taxistas partiram para cima do carro e começaram a tentar destravar as portas. O motorista então tomou a decisão de acelerar para escapar. E aí teve início uma perseguição.

“Todo mundo correndo para dentro dos táxis e vindo atrás da gente. Foi uns cinco, 10 minutos de perseguição. Eles estavam se comunicando por rádio e toda rua que eu entrava tinha um táxi. Depois de um tempo consegui escapar e levei o passageiro ao destino”, afirma.

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