12 de julho de 2016

Internet das Coisas movimentará US$ 1,9 trilhão

Um Relatório de Tendências da DHL, com foco em Internet das Coisas, indicou que, ao longo da próxima década, o setor de logística pode alavancar níveis mais elevados de eficiência operacional na medida em que a IoT conecta (em tempo real) os milhões de embarques que são deslocados, rastreados e acondicionados todos os dias.

O estudo, apresentado no ano passado na Conferência Global de Tecnologia da companhia em Dubai, revelou que a Internet das Coisas pode impulsionar o setor de logística em US$ 1,9 trilhão. Por exemplo, no setor de armazenagem, paletes e itens conectados serão diferenciais importantes na gestão inteligente de estoques.

Já no transporte, setor onde a conexão de sensores e atuadores já é bastante difundida com o rastreamento e a telemetria, a novidade está nas novas tecnologias, que podem extrair diferentes informações e, principalmente, na camada de inteligência – que reune a leitura de todos os dispositivos embarcados em uma única plataforma. Por meio desse recurso, é possível: processar, analisar e fornecer ao tomador de decisão informações completas.

Em adicional, essas mesmas informações (trabalhadas em outras frentes do negócio) permitem à empresa unificar processos e melhorar sua cadeia logística.

“A Internet das Coisas permite a transformação de dados absolutos em conhecimento integrado e útil para a operação de transporte e logística. E as vantagens podem ir além: quando os veículos se conectam ao ambiente (estradas, sinais, outros veículos, relatórios de qualidade do ar e sistemas de inventário, etc), os custos caem e a segurança e a eficiência aumentam significativamente”, avalia Renato Carneiro, presidente da 2S Inovações
Tecnológicas – pioneira em soluções IoT no Brasil.

As plataformas de analytics, responsáveis pela camada de inteligência, permitem o embarque de ações que serão realizadas em cima das ocorrências,como no caso do furto de combustível, situação muito comum nas estradas brasileiras. A presença de uma câmera, acionada somente quando a soma de dois ou mais fatores – o sensor de tanque de combustível apresenta variação, o veículo está parado e o motorista não está na cabine –, permite o envio de imagens somente do momento da ocorrência, mantendo as demais imagens armazenadas no equipamento embarcado no veículo.

Esse filtro realizado com os dados é o que a Cisco chama de armazenamento em fog, ou seja, os dados e imagens captados não vão todos para a nuvem, são enviados somente o que é considerado relevante, reduzindo o tráfego e o consumo de dados.

Para este processamento embarcado, é utilizado um roteador específico para o setor de transporte e o ambiente hostil de poeira, altas e baixas temperaturas e trepidações em que está inserido, uma novidade para o setor. O roteador funciona como centralizador de todos devices conectados ao veículo, ou seja, todos os dados captados pelos sensores são enviados para ele, onde é feito o processamento e o envio para a nuvem por sinal 3G ou 4G.

Quando o veículo passa por uma área sem cobertura, esse equipamento grava os dados coletados, que são descarregados e enviados para a plataforma de analytics assim que a conexão se reestabelece. Dessa forma, em momento algum há perda de conteúdo.

“Outra possibilidade de transmissão é utilizar dois chips de dados, de operadoras diferentes. Quando a cobertura de uma falha, a outra é ativada. Com a estratégia adequada, IoT é um enorme diferencial competitivo”, diz Carneiro.

Unindo a capacidade de processamento embarcada à inteligência das plataformas de analytics, o setor de transporte está descobrindo que as informações de velocidade, dirigibilidade e localização podem representar muito mais para o negócio.

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