21 de julho de 2016

Sanepar lança projeto-piloto

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) transportou terça-feira (19) um sistema de tratamento avançado de água, desde sua base de pesquisa, em Curitiba, até a Estação de Tratamento de Água de Praia de Leste, na cidade de Pontal do Paraná, no Litoral. O sistema é estudado desde 2013 pelos profissionais Sanepar e conta com apoio de pesquisadores da University of North Texas, University College London e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Parte do projeto é custeada pela Secretaria do estado americano, depois de ter concorrido com mais de 300 outros projetos ligados à implantação e monitoramento de sistemas sustentáveis de dessalinização em escala piloto.

Os equipamentos utilizam as tecnologias de osmose reversa e ultravioleta. Para facilitar seu transporte e acomodação nas plantas da Sanepar, eles foram montados em um container e em um skid, que é uma base móvel. No Litoral, além dos testes de dessalinização da água do mar, os equipamentos também serão usados para pesquisas de tratamento em água com carga orgânica alta, mas podem servir para uso na remoção de sais dissolvidos, na remoção de metais em água de poços, na redução de flúor e na produção de água industrial, que reutiliza a água de efluentes. Em Praia de Leste, o material ficará por seis meses em testes, que iniciarão em agosto.

O diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Glauco Requião, explica que a intenção da Sanepar é desenvolver as melhores soluções possíveis para o sistema de tratamento de água. “Isso faz parte da preocupação constante da Sanepar de garantir as melhores condições para a prestação de seus serviços. Esse sistema piloto dá suporte para técnicas avançadas de tratamento da água e para o polimento secundário de efluentes, que poderá ser aplicado no futuro. Os testes podem nos dar respostas importantes para avaliarmos e medirmos muitas variáveis”, afirma.

Os pesquisadores da Sanepar, Ronald Gervasoni, Mariana Espíndola de Souza e Ana Claudia Brueckheimer, responsáveis pelo projeto, explicam que no Litoral será utilizada energia de fontes eólica e solar. “Um dos maiores gastos operacionais de um sistema com membranas está na energia elétrica. Queremos verificar se com o uso dessas outras fontes o sistema se torna mais sustentável e econômico”, diz Gervasoni.

Ele conta que, além de pesquisas sobre técnicas de tratamento, os testes podem ajudar a definir a concepção de novos sistemas e mesmo o aperfeiçoamento dos atuais. “A planta servirá também para avaliar a tecnologia em situações diferentes como água de barragem, de rios e de poços. O efluente tratado também será avaliado para verificar o potencial de reúso e poderemos obter parâmetros para projeto em cada situação”, afirma.


PILOTO


O sistema-piloto tem capacidade para produzir 1.000 litros de água tratada por hora e é composto por filtro de discos, sistema de abrandamento duplo, filtro de cartucho, sistema de filtração por membranas de osmose reversa de duplo passo, sistema de desinfecção por ultravioleta e dosadora de cloro.

Segundo o gerente de pesquisa da Sanepar, Gustavo Possetti, a especificação e a entrega do sistema-piloto atendem os objetivos traçados para o Centro de Tecnologias Sustentáveis da Sanepar (Cets) em relação à antecipação de tendências tecnológicas. “A aquisição deste sistema avançado orientará os futuros parâmetros para o dimensionamento, otimização e implantação de novas tecnologias na Sanepar. Com esta última aquisição, o Cets complementa sua estrutura de pesquisa e desenvolvimento, referência entre as empresas de saneamento do Brasil”, diz.

O Centro de Tecnologias Sustentáveis da Sanepar conta, atualmente, com dois laboratórios analíticos, um laboratório de protótipos, um laboratório de tecnologias de tratamento de águas, que possui uma Estação de Tratamento de Água piloto convencional, um skid com membranas de ultrafiltração, um skid de ozonização, equipamentos analíticos, protótipos de simulação de tratamento de água e a mais nova planta piloto de tratamento de água avançado por membranas de osmose reversa.

Fonte:
Bem Paraná

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