O verão está chegando e junto com ele pequenos animais, como aranhas. É que o calor favorece a proliferação destas espécies. Por isso, neste período é maior a incidência de casos de picadas de animais peçonhentos em Curitiba, segundo os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Entre 2010 e 2015, registrou-se uma média de seis ocorrências por dia no verão, 75,3% a mais do que em comparação com o restante do ano (na soma de outono, inverno e primavera).
Nos seis anos analisados, o Paraná registrou um total de 3.392 acidentes envolvendo animais peçonhentos no período do verão, o que dá uma média de seis casos por dia. No outono, foram 1.533 episódios (média diária de 2,8), caindo no inverno para 1.393 (2,5 por dia). Já na primavera, quando as temperaturas começam a se elevar, a medida em que se aproxima o verão, a média de ocorrências sobe para 5,2 por dia, com um total de 2.878 registros entre 2010 e 2015.
De acordo com Juliane Oliveira, diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o aumento das ocorrências nas estações quentes (primavera e verão), em comparação com as estações frias (outono e inverno), tem relação com dois aspectos diferentes. “Temos dois aspectos. Primeiro relacionado aos próprios hábitos dos animais. Algumas espécies de animais peçonhentos têm mais atividade nos meses quentes, que é também a época de reprodução para eles”, explica Juliane. “O outro aspecto é uma maior exposição da população, com atividades ao ar livre, mesmo dentro de casa, atividades de limpeza, no jardim. Tudo isso são fatores que contribuem”, aponta.
Entre estes com maior atividade no verão o grande destaque vai para a aranha marrom, cientificamente chamada de Loxosceles. Aracnídeo de hábitos noturnos, costuma se alojar em locais quentes e secos, pouco frequentados ou empoeirados. Não é agressiva, só pica quando se sente ameaçada (quando pressionada pelo corpo da vítima, por exemplo), mas ainda assim é a “campeã” de ocorrências entre todos os animais peçonhentos em Curitiba.
Dos 9.196 acidentes com animais peçonhentos registrados entre 2010 e 2015 - média de quatro por dia -, 7.686 (83,6% do total) foi envolvendo aranhas, 668 com abelhas (7,3%) e 349 com lagartos (3,8%). Dentre as ocorrências com aranhas, as mais comuns são com a Loxosceles, responsável por 6.522 dos 7.686 registros, ou 84,9% do total.
ARANHAS
- As aranhas-marrom saem em busca de alimento à noite, e é neste momento que podem se esconder em roupas, toalhas, roupas de cama e calçados. Por isso, a recomendação é sempre bater as roupas antes de vestí-las
- A picada nem sempre é percebida pela pessoa, por ser pouco dolorosa. A dor pode iniciar várias horas após
- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques
- Afastar camas e berços da parede, evitar que roupas de cama e mosquiteiros toquem o chão, não pendurar roupas na parede
ESCORPIÕES
- Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas. Manter a grama aparada
- Limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos ajuda a que os animais não invadam o seu quintal
- Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres. É comum a presença de escorpiões sob dormentes da linha férrea
- Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los. Usar calçados e luvas de raspa de couro ao trabalhar com lenha ou em locais de risco
SERPENTES
- O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes
- Usar luvas de aparas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não colocar as mãos em buracos. Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos
- Limpar paióis e terreiros, não deixar amontoar lixo. Fechar buracos de muros e frestas de portas, evitar acúmulo de lixo ou entulho, bem como mato alto ao redor das casas
ABELHAS, VESPAS E MARIMBONDOS
- Em caso de um ataque maciço, procure jogar-se na água ou correr em zig-zag entre a vegetação
- Jamais tente mexer com enxames de abelhas e vespas
- Ao se defender, nunca mate a abelha no corpo, pois o inseto irá liberar feromônia, que dá uma espécie de sinal de alerta para o resto da colmeia
- Pessoas alérgicas devem evitar locais onde existam abelhas e não usar produtos que exalem odores intensos, como perfumes e xampus
- Evite passar a mão sobre a picada, o que pode liberar mais veneno
- Se for detectado algum enxame localizado em um beiral, árvore ou quintal, evite provocar barulho e procure um profissional especializado para retirar a colônia
Fonte: Bem Paraná




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