29 de janeiro de 2024

PROPOSTA DA SANEPAR NÃO AVANÇA ALÉM DO REAJUSTE PELO INPC

 

A empresa Sanepar apresentou proposta relativa ao Acordo Coletivo de Trabalho 2024. A proposta apresentada foi a de aplicar o INPC + 1 Step (1%). Acima deste valor, a proposta é de apenas aplicar o índice inflacionário. O pedido das entidades sindicais foi feito no fim de outubro do ano passado. O objetivo é fechar a negociação em março.

No que diz respeito ao Vale alimentação a proposta foi de R$ 1.527,91, ou seja, foi reajustado apenas com base no INPC. Ambos índices – vale e reajuste – estão abaixo da pauta encaminhada pelos Profissionais da Química. Já no que se refere ao reajuste, foi pedido o aumento real de 2% (dois por cento) a título de recomposição da perda da massa salarial, e equivalente a 2 steps, aplicados sobre os valores já reajustados da Tabela Salarial. Com relação ao vale, o valor solicitado está bem acima do proposto.

“A SANEPAR, a partir de 01/03/2024, concederá este benefício, no valor bruto mensal de R$ 1648 + índice de INPC a todos os profissionais com base no programa de alimentação do trabalhador”.


O pedido da categoria leva em consideração tanto a falta de ganhos reais quanto a perda da massa salarial e o aumento da alimentação. Dados compilados pelo DIEESE Paraná mostram que desde 1994, os funcionários da Sanepar tiveram apenas sete reajustes com ganho real. O último aconteceu na negociação de 2018, quando o valor acima do INPC foi de 0,18%.

Por outro lado, levantamento do DIEESE exposto no Boletim Negociação mostra que o cenário para ganhos reais é positivo. “De 48 reajustes salariais registrados no Mediador até 11 de janeiro, referentes à data base dezembro, cerca de 83,3% resultaram em ganhos acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE)”. O levantamento também mostra que apenas na Região Sul, os ganhos reais bateram 74,3%


O cenário é pior quando o assunto é alimentação. As negociações de 2019 até 2023 apenas reajustaram o índice conforme a inflação. No entanto, esse segmento teve um aumento acima do INPC.  “Desde a última deflação registrada, de 4,85% em 2017, houve inflação em 2018 (4,53%), em 2019 (7,84%), em 2020 (18,15%), em 2021 (8,24%) e em 2022 (13,23%). Apenas nos últimos 36 meses, a alimentação subiu cerca de 37%, com os alimentos da cesta básica acumulando inflação acima dos 20%”, registra o Canal Agro.

De acordo com o DIEESE, a perda no tema alimentação atingiu 45,25%. Se concentrado apenas a Curitiba, por exemplo, foi de 55,76% e a cesta básica encareceu 72,79%. Com a proposta da Sanepar de R$ 1527, é possível comprar apenas 2,2 cestas básicas. 

“A Diretoria da empresa precisa entender que, quando os trabalhadores sabem que terão seus benefícios e direitos garantidos por mais tempo, e sentem-se valorizados, social e financeiramente, estes produzem mais, com maior satisfação. E isto reflete em melhores resultados, tanto para as equipes como para a empresa como um todo”, disse o Diretor-Presidente do SIQUIM, José Carlos dos Santos.

Por fim, a proposta de reajuste está sendo analisada pelas entidades sindicais. Uma mesa de negociação deve ser marcada ou ainda apresentada uma contraproposta das entidades.

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