18 de setembro de 2015

Químicos iniciam campanha no estado e cobram 15% de reajuste

Trabalhadores do setor químico, petroquímico e de plásticos no estado de São Paulo deram início hoje (18) à campanha salarial para os segmentos da categoria que têm data-base em 1º de novembro. Os cinco sindicatos ligados à Federação dos Químicos do Estado de São Paulo (Fetquim-CUT) – São Paulo; ABC; Campinas; Osasco e Vinhedo; Jundiaí e região; e São José dos Campos –, que representam 180 mil trabalhadores, realizaram assembleias para definir as propostas da categoria a serem negociadas com as empresas para renovação da convenção coletiva.

As negociações deste ano envolvem, além das questões econômicas, as cláusulas sociais, que são debatidas a cada dois anos. A categoria reivindicará reajuste de 15%, que assegura a reposição da inflação do período de 12 meses e inclui aumento real de 4,7%. “Temos notícias de que alguns setores estão tentando empurrar reajuste que não repõe a inflação, ou dar aumento parcelado. Não podemos concordar com isso”, disse hoje o coordenador-geral do Sindicatos dos Químicos de São Paulo, Oswaldo Bezerra, o Pipoka, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

O sindicalista argumenta quer a proteção do poder aquisitivo dos trabalhadores é uma forma de contribuir para a retomada do crescimento da economia. "Para nós, como todos os setores que estão em processo de negociação, como bancários, metalúrgicos, petroleiros, a reposição de perdas e a conquista do aumento real são fundamentais para se chegar a um acordo", afirma. "O efeito é em cadeia, quanto mais o trabalhador perde rendimento, menos ele consome e isso afeta diretamente a economia. Também é importante lembrar que essa negociação se refere a perdas passadas, quando a indústria estava bem aquecida."

A demanda pela redução da jornada semanal de 44 para 40 horas semanais também será apresentada à mesa de negociação. Além das restrições às terceirizações que começam a crescer nas empresas. Segundo Pipoka, o assunto preocupa a categoria em nível nacional. "A resistência ao avanço do projeto de lei que legaliza o uso indevido de mão de obra em todos os setores das empresas, aprovado na Câmara dos Deputados e agora em fase de apreciação pelo Senado, é preocupante e deve ser uma das prioridades dos trabalhadores, tanto no Congresso Nacional como nas mesas de negociação com as empresas."

Entre as propostas econômicas, os sindicatos defenderão um piso salarial de R$ 1.700, cesta básica de R$ 380 e participação nos lucros ou resultados (PLR) de no mínimo R$ 1.880 nas empresas em que não houver programa próprio mais vantajoso.

A adoção do período de 180 dias em convenção coletiva é uma das prioridades a serem tratadas nas cláusulas sociais. Assim como questões relacionadas à saúde e condições de trabalho, historicamente apresentadas pela categoria nas negociações. O setor opera com elevados índices de insalubridade e periculosidade e expõe também as comunidades onde estão instaladas a riscos ambientais.

"Os casos de adoecimento e contaminação já não ocorrem tanto como nos anos 80 e 90, mas é preciso uma atuação atenta pelo cumprimento das normas regulamentadores de proteção nos ambientes de trabalho", destaca Pipoka, lembrando que é preciso sempre se observar quando precisam ser modernizadas para se ampliar a proteção das pessoas.

As reivindicações definidas nas assembleias de hoje serão entregues à representação patronal no próximo dia 23, quando será estabelecido o calendário de negociações.

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