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28 de setembro de 2016

Pochmann: 'Associo terceirização ao processo de uberização do trabalho'

A universalização da terceirização, seja a aprovada pelos deputados e em tramitação no Senado, seja a da proposta em análise no Supremo Tribunal Federal, é a Uberização da força de trabalho, chama a atenção Marcio Pochmann, presidente licenciado da Fundação Perseu Abramo e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Faz parte do projeto da nova elite agroexportadora, que mantém a desigualdade, em contraposição às propostas fragmentadas da parcela da sociedade que gravita em torno dos serviços e está nas ruas, explica o economista da Unicamp na entrevista a seguir.

Como a terceirização cresceu?

No fim dos anos 1980, início dos 1990, da recessão do governo Collor e da abertura comercial, expuseram o parque produtivo brasileiro à competição internacional sem condições adequadas. Isso culminou em uma reação dos empresários para reduzir custos. A terceirização permitia às empresas concentrar-se nas atividades finalísticas e repassar as atividades-meio, fugindo do modelo fordista em que a empresa fazia tudo. Esse era o discurso que veio de fora.

A terceirização, segundo as empresas, aumenta a produtividade.

A terceirização aumentou muito com a desregulamentação dos anos 1990, do governo Fernando Henrique basicamente como mecanismo de redução de custos e precarização do trabalho. Nesse período, o País não teve ganhos de produtividade. A partir do ano 2000, com o ambiente econômico mais favorável, houve uma ampliação do setor produtivo, com empregos não terceirizados entramos em um ambiente de quase pleno emprego nos melhores momentos.

A recessão estimula a terceirização.

Ela voltou a ganhar espaço no ambiente recessivo, de forte pressão sobre os custos das empresas. O projeto aprovado na Câmara e agora à disposição dos senadores é o inverso do defendido por juristas, especialistas, trabalhadores e sindicatos, de regular a atividade terceirizada de modo a comprometê-la com o ganho da produtividade em vez da redução de custos. A legislação em tramitação não é para os terceirizados, é para universalizar os não terceirizados.

Como vê essa perspectiva?

Associo a universalização da terceirização ao processo de uberização da força de trabalho no Brasil. A ideia do serviço de táxi desregulamentado do Uber é inviabilizar impostos e tributos. O governo está preocupado com fundos públicos para financiar a Previdência, mas a terceirização certamente vai implicar menos arrecadação para o Estado. É coerente com a proposta de relação direta entre patrão e empregado. Descarta-se o sindicato, não há regulação. É uma volta ao século 19.

Quais seriam as perspectivas?

Vivemos uma fase de reavaliação do projeto de redemocratização do Brasil dos anos 1980. Acreditávamos que a democracia poderia ser uma possibilidade de mudança, mas ela não permite isso, toda conquista vai por água abaixo. De 1981 a 2016 a economia brasileira cresceu 2% ao ano em média. Isso dá 0,6% per capita. Estamos num ciclo de decadência da industrialização, que começou nos anos 1980. Hoje a indústria representa 7% do PIB. É uma fase longa de decadência econômica, mas também política, dos valores culturais, dos relacionamentos, das instituições, algo muito maior. Olhamos o curto prazo, o cotidiano, mas há um movimento maior nisso.

27 de setembro de 2016

Caixa não pode usar FGTS para financiar programa

A Caixa Econômica está proibida de usar recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para financiar a compra de imóveis pelo programa Minha Casa Minha Vida. A medida foi publicada nesta segunda-feira (26) pelo Ministério das Cidades no Diário Oficial da União.

A pasta cumpre uma exigência do TCU (Tribunal de Contas da União), que determinou o registro no orçamento de qualquer adiantamento concedido pelo FGTS, para deixar claro de que se trata de uma operação de crédito.

O TCU viu indícios das chamadas pedaladas fiscais entre 2010 e 2014. Com isso, a Caixa só poderá usar os recursos do FGTS para financiar a compra de imóveis pelo Minha Casa Minha Vida quando todos os adiantamentos constarem do orçamento do Ministério das Cidades.

Fonte: Band.

FGV: preços dos alimentos voltam a cair

O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) apresentou variação de 0,18% na terceira prévia de setembro, variação que é 0,09 ponto percentual inferior à da última apuração (0,27%).

Cinco dos oito grupos pesquisados tiveram queda com destaque para alimentação (de 0,44% para 0,11%). Nesta classe de despesa, o índice teve o impacto, principalmente, dos laticínios que ficaram em média 1,86% mais baratos. No levantamento anterior, os preços destes produtos já tinham recuado 0,21%.

A pesquisa do IPC-S é feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em sete capitais: Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.

Em educação, leitura e recreação houve alta de 0,39%, bem abaixo do aumento verificado na segunda prévia (0,72%). No grupo transportes, a variação caiu de 0,04% para 0,02%; em saúde e cuidados pessoais (de 0,39% para 0,37%) e despesas diversas (de -0,22% para -0,28%).

Alimentação e roupas

Já em habitação, houve elevação no ritmo de aumento (de 0,21% para 0,27%) e o mesmo foi constatado em vestuário (de 0,05% para 0,33%) e comunicação (de -0,01% para 0,01%).

Os itens que mais pressionaram a inflação no período foram: plano e seguro de saúde com alta de 1,05%; banana-nanica (28,69%); refeições em bares e restaurantes (0,46%); tomate (10,91%) e passagem aérea (9,61%).

Entre os que ajudaram a conter a inflação estão: leite tipo longa vida (-7,02%); batata-inglesa (-22,50%); gasolina (-1,03%); banana-prata (-6,01%); feijão-carioca (-4,68%).

Fonte: Band.

26 de setembro de 2016

AFINAL, A PREVIDÊNCIA TEM ROMBO OU NÃO? ESPECIALISTAS SE DIVIDEM

Há décadas o brasileiro ouve falar que a Previdência Social possui um déficit crescente. O rombo alegado pelo governo atinge números impressionantes. Segundo o Ministério do Planejamento, o buraco é de aproximadamente R$ 147 bilhões em 2016. Para 2017, está prevista uma cifra ainda maior: R$ 183 bilhões. Ou seja, de acordo com os dados oficiais, o montante será acrescido em 24,4%.

O motivo de tudo isso? A aposentadoria dos trabalhadores rurais. Isso porque na previdência dos trabalhadores do campo se gasta mais do que se arrecada. Os números do trabalhador urbano, por enquanto, se mantêm positivos, devido ao aumento do emprego e a redução da informalidade a partir de 2009. O superávit, no entanto, teve uma diminuição expressiva em 2015, sendo de R$ 5,1 bilhões ­ contra R$ 25,3 bi registrados em 2014. De acordo com o governo federal, a redução foi motivada pela queda na receita dos cofres públicos. Por outro lado, o saldo negativo da previdência rural atingiu R$ 91 bi em 2015.

As regras de aposentadoria variam para funcionários públicos, rurais e de empresas privadas. Alguns se aposentam pela idade, outros pelo tempo de serviço, ou ainda por uma combinação dos dois. Desde os anos 90, há a possibilidade de que trabalhadores rurais se aposentem pelo governo mesmo sem nunca terem contribuído. Precisam, apenas, comprovar que produziram e comercializaram.

Tem superávit, diz advogada

No entanto, muitos pesquisadores contestam o prejuízo alegando que, na verdade, sobra dinheiro. De acordo com  a professora de Direito Tributário e Previdenciário da PUC-PR, Carla Machi Pucci, é incorreto alegar que a previdência tem déficit. “A Constituição Federal de 1988 dividiu a Seguridade Social em três pilares: a Assistência Social, a Saúde e a Previdência Social. Dos três, o único que conta com receita de contribuintes é a Previdência: as pessoas pagam para usufruir. A Assistência Social e a Saúde, não. Mesmo quem não paga tributos ou impostos pode utilizar. O problema é que o governo usa o dinheiro da Previdência para bancar esses outros dois setores. E daí vem o problema. A federação deveria utilizar recursos de impostos para isso”, explica.

De acordo com os cálculos da professora, em 2006, quando o governo confirmou R$ 42 bi de déficit, existia, na verdade, um superávit de R$ 1,2 bi. “A Previdência possui equilíbrio atuarial, ou seja, é autossustentável. O erro está em usar as receitas dela para bancar despesas de outras áreas”, garante Carla.

Governo não contribui

A alegação é a mesma do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para o órgão, além disso, está o fato de que o governo não age de modo a compor o acordo tripartite. “A Previdência deveria contar com recursos do Estado, dos trabalhadores e das empresas. No entanto, só recebe contribuição dos dois últimos”, detalha o economista Sandro Silva.

“A Constituição instituiu novas fontes de financiamento para o governo cumprir com sua parte. Apesar disso, elas foram apropriadas pela área econômica para fazer o pagamento dos juros da dívida pública, por exemplo. A partir desse momento, foram contabilizadas somente as contribuições dos trabalhadores e dos empresários”, explica.

O principal mecanismo responsável que permite ao governo usar o dinheiro no que bem entender é a DRU (Desvinculação de Receitas da União). Com ela, o poder público fica livre para usar até 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. A maior fonte de recursos da DRU vem das contribuições sociais ­ cerca de 90% do total desvinculado. No mês passado, o Senado aprovou que a medida se estenda até 2023, com uma porcentagem ainda maior: 30%.

Tem déficit, diz especialista

Para o consultor em previdência Renato Follador, as conclusões não condizem com a verdade. “A previdência é, sim, deficitária. Os dois primeiros pilares [Saúde e Assistência] são assistenciais, ou seja, não é preciso contribuir para ter direito a eles. E eles são financiados com impostos”, explica. “Para 2016 devemos atingir R$ 150 bi de déficit. É um dinheiro que o governo precisará desembolsar para cobrir o rombo. Não fosse isso, poderia aplicar a verba em outras áreas”.

O especialista aponta que, além da aposentadoria rural, o problema estrutural é o responsável pela conta que não fecha. “Temos cada vez mais idosos vivendo mais ­ a expectativa de vida tem aumentado nos últimos anos. Fora isso, também temos uma taxa de fecundidade em redução constante. Significa que, nos próximos anos, não teremos brasileirinhos contribuindo para o sistema. Pelo contrário, será cada vez mais gente utilizando a aposentadoria”, diz Follador, explicando a necessidade da alteração na aposentadoria.

O governo deve enviar a proposta ao Congresso e, se aprovada, tanto servidores públicos quanto privados só poderão se aposentar com 65 anos de idade. A regra só valerá para quem tem menos de 50 anos. Quem tem mais, ficaria sujeito ao regime atual, mas com uma compensação ­ trabalhando 50% do tempo faltante, além dos anos pendentes. Por exemplo, caso faltem 6 anos para aposentadoria, a pessoa trabalharia os 6 + 3 (50%), totalizando 9 anos no total.

Fonte: Tribuna PR.

Greve dos bancários tem prisão e adesão recorde no 17º dia

Em seu 17º de paralisação nacional, que coincide com uma data de protestos contra o governo Michel Temer e em defesa de direitos, os bancários registraram adesão recorde na base de São Paulo e prisão de uma diretora do sindicato. Os representantes da categoria ainda aguardam retomada das negociações por parte da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Na próxima segunda-feira, o Comando Nacional dos Bancários vai se reunir para avaliar o movimento. Também hoje (22), metalúrgicos fizeram paralisações e químicos do estado de São Paulo entregaram pauta de reivindicações. Já os petroleiros iniciaram assembleias para discutir uma possível greve.

Balanço divulgado no final da tarde pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região aponta 796 locais de trabalho – 780 agências e 16 centros administrativos – fechados nesta quinta-feira. A entidade estima que 60 mil trabalhadores participaram das paralisações. Pela manhã, a diretora executiva da entidade Maria Rosani Gregorutti, funcionária do Santander, foi detida durante manifestação no prédio onde ficam a diretoria e a administração do banco, na zona oeste. "Truculência não resolve campanha", reagiu a presidenta da entidade, Juvandia Moreira. "O sindicato não vai aceitar isso nem qualquer tipo de agressão a bancários ou dirigentes sindicais."

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 13.159 agências, 55% do total do país, tiveram atividades paralisadas hoje. "Sem desmobilizar a nossa greve específica, que chegou ao seu 17º dia forte, participamos de atos e manifestações classistas por todo o Brasil. Fechamos os centros administrativos dos três principais bancos privados em São Paulo e o prédio Matriz da Caixa em Brasília. Foi um movimento histórico e necessário", afirmou o presidente da entidade, Roberto von der Osten, o Betão.

O número de agências fechadas foi ligeiramente inferior (-1,78%) ao da véspera, o que Betão atribui ao aumento da truculência, citando o caso da prisão em São Paulo e interditos proibitórios (ações judiciais) em alguns locais. Mas o movimento segue forte, acrescentou, ao destacar paralisação em três grandes centros administrativos em São Paulo (Bradesco, Itaú e Santander), mobilizando 25 mil bancários.



O dirigente também nota diferença de postura patronal nas negociações deste ano. "Tem sinais de que a Fenaban pretende aderir a essa tese de que tem de reduzir salário", afirmou, referindo-se a uma possível premissa do novo governo para combater a inflação. "Mas não vamos aceitar."

Betão citou o Plano Real, em meados dos anos 1990, com suas "âncoras" cambial, monetária e salarial. Funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, por exemplo, ficaram oito anos sem reajuste salarial, apenas recebendo abonos, até 2002.

ABC

Entre os metalúrgicos do ABC paulista, o sindicato da categoria afirmou que funcionários de 22 empresas interromperam atividades durante a manhã, nas cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Segundo a entidade, a mobilização reuniu aproximadamente 8 mil trabalhadores. Apenas em São Bernardo, foram 5 mil metalúrgicos de 12 empresas, incluindo duas montadoras (Scania e Toyota).

"Está em curso um golpe que tem como foco uma mudança estrutural no país, que passa pela retirada e redução de direitos básicos como Previdência, jornada de trabalho, verbas para saúde e educação", afirmou o presidente do sindicato, Rafael Marques. "Grande parte do que se conquistou no Brasil é fruto do nosso trabalho, da nossa luta. Se houver necessidade, se os direitos da classe trabalhadora continuarem em risco, os metalúrgicos do ABC estão prontos para a greve geral."

Já os químicos, que também participaram das atividades, entregaram a pauta de reivindicações referente à campanha salarial aos negociadores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A campanha envolve bases da CUT e da Força Sindical, com data-base em 1º de novembro. O Sindicato dos Químicos do ABC (CUT) promoveu hoje atraso de duas horas nas entradas dos turnos nas fábricas da Ortobom (São Bernardo), Davene (Diadema) e Solvay (Santo André).

Também em campanha salarial (a data-base é 1º de setembro), os petroleiros aderiram ao movimento e fizeram assembleias e manifestações para discutir a organização de uma possível greve da categoria. Proposta da Petrobras já foi rejeitada em unidades na Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Santa Catarina e Duque de Caxias (RJ).

22 de setembro de 2016

Deputados aprovam novo pacote fiscal, incluindo autorização para venda de ações da Copel e Sanepar

Em duas sessões, uma delas extraordinária, os deputados estaduais aprovaram o novo pacote fiscal do governo Beto Richa – que inclui a autorização para venda de ações da Copel e da Sanepar.

Nas galerias, sindicalistas e funcionários da Copel e Sanepar acompanharam a votação do novo pacote fiscal do governo Beto Richa, o 4º em cerca de dois anos.

Nas faixas e cartazes, frases em protesto contra o projeto que autoriza a venda de ações excedentes das estatais. Esse foi o ponto mais criticado pelos deputados da oposição e da bancada independente.

Nereu Moura (PMDB) informou que vai recorrer à Justiça.

Para Nelson Luersen (PDT), da bancada independente, este não é o momento ideal para o governo vender as ações.

O líder do executivo na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), nega que o patrimônio das estatais será dilapidado com a comercialização das ações. O parlamentar afirma que a venda dos papeis da Copel e Sanepar, que deve render 2 bilhões de reais a médio e longo prazo, vai resultar em investimentos no estado.

Outro projeto aprovado cria taxas para uso da água e de recursos minerais pela indústria, com estimativa de arrecadação de 100 milhões de reais por ano. Felipe Francischini (SD), que é da base governista, não poupou críticas e se posicionou contra os novos tributos.

Os 5 textos e as 154 emendas foram votados e aprovados em quase 5 horas. Uma sessão extra foi realizada. A redação final acontece na manhã desta terça feira (20).

As alterações foram propostas na última semana. Deputados reclamaram do pouco tempo pra analisar tudo.

O próprio presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), admitiu que não conseguiu “estudar” todo o material.

Tercilio Turini (PPS), da bancada independente, fez uma referência ao tratoraço, recurso que era bastante utilizado pra acelerar a votação de projetos e que foi extinto no ano passado.

Leia a matéria completa e ouça as entrevistas aqui: CBN Curitiba.

Ministro joga reforma trabalhista para 2017. Presidente do TST quer flexibilização já

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse hoje (21) que a reforma trabalhista ficará para o segundo semestre do ano que vem, afirmando que a prioridade do governo é o ajuste fiscal, para ele o "maior drama" brasileiro. "De que adiantaria a modernização da legislação se a economia não voltar ao eixo?", argumentou. No mesmo debate – promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo e patrocinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) –, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, discordou explicitamente: "Não esperaria o segundo semestre de 2017. O Brasil tem pressa". E defendeu a flexibilização das regras, argumentando que o termo tem sido visto com preconceito. "Temos de tirar preconceito da palavra 'flexibilização'", afirmou. "Aí está a segurança maior para o trabalhador."

Gandra defende mudanças ainda este ano, para que o trabalhador passe a ter proteção real e não "de papel". Segundo ele, a rigidez e a interpretação das leis trabalhistas têm causado mais desemprego. O magistrado defendeu o Projeto de Lei 4.962/2016, do deputado Julio Lopes (PP-RJ), que permite a acordos coletivos prevalecerem sobre a legislação. Pela proposta, o artigo 618 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) passaria a ter a seguinte redação: "As condições de trabalho ajustadas mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho prevalecem sobre o disposto em lei, desde que não contrariem a Constituição Federal e as normas de medicina e segurança do trabalho".

Para o presidente do TST, o Judiciário já tem feito flexibilização, mas no sentido de ampliar direitos, às vezes contrariando a Constituição. Gandra avalia que o "cerne da controvérsia" sobre reformas está na "calibragem" da intervenção do Estado. E lembrou que o próprio tribunal já discute prevalência de acordos sobre a legislação trabalhista, com influência de uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema.

Na abertura do encontro, o ministro do Trabalho voltou a negar que tenha defendido supressão de direitos ou aumento da jornada de trabalho. "O governo não irá propor o aumento de jornada de 44 horas semanais. O governo não irá propor o aumento da jornada diária como padrão. A orientação do presidente Michel Temer é muito clara, é de preservar direitos, porque direito você não revoga, você aprimora."

Segundo Nogueira, é momento de "atualizar" a lei, que tem "ideias datadas da primeira metade do século 20". Ele reafirmou que o governo não fará nenhuma "imposição autoritária" e que qualquer mudança terá a negociação como premissa. "Estamos apenas em fase de estudos e de debates", declarou. "A proposta de atualização do governo será a proposta obtida do consenso dos atores do mundo do trabalho. O governo não apresentará prato feito."

Prévia da inflação de setembro em Curitiba fica em 0,50%; a 2ª maior alta do País

A prévia da inflação de Curitiba de setembro ficou em 0,50%, apesentando uma forte aceleração frente ao índice de agosto de 0,01%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira, 22. A variação de preços apresentada no período foi a segunda maior entre as capitais pesquisadas, atrás apenas de Fortaleza, onde o índice ficou em 0,56%.

A média da capital paranaense ficou também apresentou tendência oposta e acima da média nacional medida em 0,23%. Em gosto o IPCA-15 foi de 0,45%. Esse foi menor IPCA-15 para os meses de setembro desde 2009 (0,19%). Em 12 meses, a inflação de Curitiba está em 7,82% — a menor entre as capitais acompanhadas pelo IBGE.

No Brasil, o IPCA-E (IPCA-15 acumulado nos meses de julho, agosto e setembro) foi 1,22%. Em setembro de 2015, o IPCA-E havia sido 1,42%. O acumulado no ano está em 5,90%, bem abaixo dos 7,78% registrados em igual período de 2015. O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 8,78%, abaixo dos 8,95% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2015, o IPCA-15 havia sido 0,39%. Os dados completos do IPCA-15 podem ser acessados aqui.

O grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela desaceleração do IPCA-15 no mês, ao passar da alta de 0,78% em agostopara uma queda (-0,01%) em setembro.  Regionalmente, os alimentos tiveram variações entre -0,70% e 1,13%, enquanto em agosto essas variações se situaram entre 0,32% e 1,31%. Em cinco das 11 localidades pesquisadas houve redução nos preços dos alimentos: Goiânia (-0,70%), Salvador (-0,65%), Belém (-0,25%), Belo Horizonte (-0,25%) e Brasília (-0,05%).

Em Curitiba, o grupo subiu 0,12%, puxado principalmente pelo preços das frutas, com alta de 13,36%. A banana e o mamão foram os produtos que ficaram mais caros, com altas de 63,91% e 32,94%, respectivamente.

Entre os alimentos que se apresentaram em queda e contribuíram para conter a taxa, destacam-se: batata-inglesa (-14,49%), cebola (-12,30%), feijão-carioca (-6,05%), hortaliças (-6,03%) e leite longa vida (-4,14%). Quanto aos alimentos em alta, o destaque foi o item frutas (4,01%), que gerou o impacto mais elevado sobre o índice do mês (0,04 p.p.).

O grupo Transporte (-0,10%) também recuou no mês, principalmente devido aos itens passagem aérea (-2,31%), gasolina (-0,75%), conserto de automóvel (-0,59%) e automóvel usado (-0,55%).

O cigarro, do grupo Despesas Pessoais (0,60%), também contribuiu para conter a taxa do mês, pois recuou (-1,55%) devido à redução do preço de algumas marcas em nove das 11 áreas pesquisadas. As duas exceções foram Brasília e Goiânia.

Habitação (de -0,02% em agosto para 0,48% em setembro) e Vestuário (de -0,13% para 0,49%) foram os dois grupos com aumento na taxa de um mês para o outro. No grupo Habitação, os destaques foram gás de botijão (1,35%) e condomínio (0,90%). Já em Vestuário sobressaíram-se os itens roupa masculina (0,86%) e calçados (0,56%).

O maior índice regional foi na região metropolitana de Fortaleza (0,56%), onde os preços dos alimentos consumidos em casa subiram 1,65%. O menor índice foi em Salvador (-0,18%), devido às quedas em alimentos (-0,65%), gasolina (-7,96%) e etanol (-3,08).

Fonte: Bem Paraná.

19 de setembro de 2016

Paraná é o segundo estado mais competitivo do País, segundo Economist Intelligence

Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná foi considerado o segundo Estado mais competitivo do País, de acordo com o ranking Competitividade dos Estados Brasileiros de 2015/2016, elaborado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), divisão de análise do grupo The Economist, em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP) e a Tendências Consultoria.

O ranking, divulgado nesta segunda-feira, 19, pela manhã em São Paulo em evento na sede da Bovespa, considera dados das 27 unidades da federação. O governador Beto Richa participa do encontro. 

O levantamento estabelece uma pontuação de 0 a 100 e, quanto mais próximo de 100, melhor posicionado o Estado. Na pontuação total, o Paraná ficou com uma nota 76,9, atrás de São Paulo (88,9) e à frente de Santa Catarina (74,3), Distrito Federal (66,8) e Mato Grosso do Sul (65,1).

A pontuação leva em conta um conjunto de 65 indicadores dentro de 10 pilares considerados essenciais para o bom ambiente de negócios: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, capital humano, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. 

"O fato de o Paraná se manter em segundo lugar neste importante ranking traduz o esforço conjunto dos cidadãos, das empresas e do poder público estadual em nosso trabalho contínuo para melhorar a qualidade de vida das famílias paranaenses", afirma o governador Beto Richa. "Apesar da crise, seguimos em frente, buscando tornar o Paraná um lugar mais atraente para os investimentos que geram emprego e renda, tornar o Estado mais competitivo na disputa por novos empreendimentos, ampliar o nosso potencial nos mercados internacionais", acrescentou. 

EQUILÍBRIO FISCAL - No ranking, o Paraná se destacou, principalmente, nas áreas de segurança, sustentabilidade ambiental e eficiência da máquina pública. De acordo com Luana Tavares, diretora executiva do CLP, os Estados enfrentaram grandes desafios no último ano, com a recessão, restrições orçamentárias e quedas de arrecadação e de investimentos.

“Foi um ano difícil que teve reflexo no desempenho das unidades da federação nessa edição. Não houve, por exemplo, grande mobilidade na área social e ocorreu uma piora na situação fiscal de maneira geral. Mas o que se nota é que os Estados mais bem posicionados, como é o caso do Paraná, são aqueles que conseguiram ter um equilíbrio fiscal maior e encontrar formas criativas para contornar a crise”, disse. “A questão fiscal foi chave para o bom desempenho”, acrescentou. 

“No caso do Paraná, o governo fez a sua parte, ao aumentar a eficiência da gestão e garantir a solidez fiscal, equilibrando as finanças estaduais. Isso permitiu ampliar os investimentos na infraestrutura e nas políticas sociais. Buscamos o desenvolvimento econômico com sustentabilidade social e ambiental e com mais aportes na inovação, na ciência e tecnologia, na educação e na saúde", disse o governador.

Durante o evento de apresentação do ranking, Richa participa, junto com os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e Pedro Taques, do Mato Grosso, do painel “Perspectivas inovadoras: como o equilíbrio fiscal pode atrair investimento e impulsionar o crescimento dos estados?”

DESTAQUES - A exemplo da edição anterior, o Paraná seguiu com boas posições na maioria dos indicadores no atual ranking. Dos dez pilares, Estado está entre as cinco melhores posições do País em oito deles.

Pelo segundo ano, o Estado lidera na área de segurança, com pontuação máxima de 100. Nessa área, foram considerados indicadores como déficit carcerário, atuação do sistema de justiça criminal, número de mortes no trânsito e segurança patrimonial. O Paraná ocupa a segunda posição em sustentabilidade ambiental, com 96 pontos; o terceiro em sustentabilidade social (89,6) e em eficiência da máquina pública (99,6); o quarto em educação (83,2); o quinto em infraestrutura (65), solidez fiscal (73,9) e inovação (58,1). As menores pontuações foram em capital humano (55,1) e potencial de mercado (30,3).

SOLIDEZ FISCAL – Além de se manter na liderança em segurança, Estado melhorou sua posição em três pilares nessa edição. No ranking de eficiência da máquina pública, o Paraná subiu duas posições e em solidez fiscal galgou mais um degrau. 

De acordo com a análise do estudo, isso foi possível porque o Paraná obteve um bom equilíbrio nos indicadores de sustentabilidade fiscal: resultados primário e nominal positivos, bom nível de execução orçamentária e de investimento, e autonomia financeira. Essa foi a primeira vez que o ranking passa a computar na análise resultados de superávit/déficit primários dos Estados. 

MELHORA SOCIAL - O Paraná também melhorou seus dados sociais. Com redução no número de famílias abaixo da linha de pobreza, subiu uma posição em sustentabilidade social, pilar que analisa dados como de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), desigualdade de renda, índices de saneamento e esgoto, formalização de mercado de trabalho, acesso a moradias e segurança alimentar. Nessa edição, assumiu o terceiro lugar nessa categoria, atrás apenas de São Paulo e Santa Catarina. 

De acordo com Luana Tavares, embora São Paulo, Paraná e Santa Catarina sigam como os três mais competitivos do País, houve mudanças importantes no ranking desse ano. Alguns Estados desenvolvidos perderam competitividade. Foi o caso do Rio Grande do Sul, que caiu três posições e ficou na nona colocação do ranking. O Espírito Santo caiu da quinta para sexta posição. Por outro lado, Mato Grosso do Sul, que estava em nono, passou para quinto mais competitivo.

No geral, os Estados que mais avançaram foram Amapá (subindo da 25ª para a 16ª posição), Roraima (da 16ª para a 11ª) e Rio Grande do Norte (da 23ª para a 18ª). Os Estados do Nordeste e Norte ocupam as últimas posições no ranking, que teve como últimos colocados nessa edição Acre, Sergipe e Alagoas.

Fonte: Bem Paraná.

Afif: terceirização é uma das saídas para crise

A regulamentação da terceirização foi tema de reunião realizada nesta quinta-feira (15), no Palácio do Planalto, entre representantes do Governo Federal, das entidades representativas da classe empresarial e de trabalhadores do setor de prestação de serviços. O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, destacou que os pequenos negócios estão fortemente interessados no processo de terceirização.

“Vim trazer a visão das micro e pequenas empresas em relação ao tema. A terceirização é um avanço importante. Tem que ser feito agora. Ela é um fator de geração de emprego”, afirmou Afif. O presidente do Sebrae destacou que o Brasil está em um processo de amplo desemprego e que é preciso buscar formas de facilitar a criação de mais postos de trabalho. “É mais fácil gerar emprego e renda nas micro e pequenas empresas do que nas grandes estruturas”.

De acordo com ele, essa ocasião é propícia para o surgimento de muitas atividades para novos empreendedores que hoje são trabalhadores, mas que podem enxergar uma oportunidade e se tornarem fornecedores da empresa para a qual trabalham. “A terceirização é um benefício para os pequenos. Você dá a oportunidade de muita gente identificar uma atividade em uma cadeia produtiva e se tornar empreendedor. O operário vira empresário”, explicou.

Afif ainda ressaltou que a regulamentação da terceirização não deve ser confundida com a precarização da força de trabalho. “Não venham me falar disso. Precarização é a falta de emprego. É fundamental deixar claro que ninguém está tirando direitos”.

16 de setembro de 2016

Votação de projeto que afeta Sanepar e Copel foi adiada para segunda-feira (19)



Estamos acompanhando uma novela que se encaminha para um ato muito prejudicial para os paranaenses. Os deputados estaduais do Paraná têm em mãos o chamado “pacotaço”, um conjunto de medidas de ajustes fiscais enviado pelo Governo do estado. São cinco projetos que passaram pela primeira votação na última segunda-feira. Entre eles, a proposta de venda das ações da Copel e da Sanepar, projeto 435/2016. Estivemos presentes, protestamos, contestamos. E mesmo em meio à manifestações, o projeto passou pela primeira aprovação com 28 favoráveis e 17 contrários. 

Mas a polêmica está se estendendo porque foram apresentadas 154 emendas a todo pacote de medidas. Entre elas, a emenda de Luiz Claudio Romanelli (PSB) que determina que o ajuste só afetará os imóveis considerados inservíveis para as atividades desempenhadas por empresas não dependentes, como a Copel e a Sanepar. Assim, Copel e Sanepar não poderiam vender imóveis como estações de tratamento ou usinas, por exemplo; embora pudessem dispor da sede de um imóvel já desnecessário ao desempenho de suas atividades.



As alterações propostas pelos parlamentares foram analisadas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas pedidos de vista acabaram forçando o adiamento das discussões e votações para a próxima segunda-feira. O presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB) disse que as emendas vão ser analisadas pela Comissão de Justiça numa reunião extraordinária para que os assuntos entrem em votação, em segundo turno, ainda durante a segunda-feira (19). “Teremos o tempo necessário – não imagino quantas horas de sessão poderemos ter – porque é uma pauta muito extensa. Faremos a sessão normal na segunda-feira, sessão na terça e, na quarta-feira, uma sessão com votação dos projetos em redação final”, prevê Traiano.

Por isso, pedimos atenção e engajamento dos colegas para que possamos nos mobilizar e sensibilizar os deputados da importância de se barrar uma ação como esta. 

12 de setembro de 2016

Cresce a adesão à greve dos bancários; em Curitiba e Região 302 agências estão fechadas

A greve nacional dos bancários completou sete dias consecutivos nesta segunda-feira, 12.  Em Curitiba e Região, das 532 agências bancárias, 302 estavam fechadas nesta segunda-feira, 12. Na semana passada eram 268, segundo o balanço do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. No Paraná, houve aumento de 183% no número de agências fechadas em relação ao primeiro dia de greve, na terça-feira, 6. Mais de 14 mil trabalhadores aderiram ao movimento em 683 agências fechadas e em oito centros administrativos.

Na última sexta-feira, 9, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs reajuste de apenas 7% no salário e somente R$ 300 a mais no abono, o que não cobre, sequer, a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para cada bancário e bancária. Os cinco maiores bancos do país lucraram R$ 70 bilhões em 2015 e, ainda assim, demitiram mais de dez mil funcionários.

Uma nova rodada de negociação está marcada para esta terça-feira, 13, em São Paulo.

Para o bancário de Londrina, João Antonio Silva Neto, os banqueiros, parceiros do golpe e do governo Temer, assumiram a agenda do arrocho salarial e tentam impor um reajuste abaixo da inflação. “Precisamos derrubar esse golpe contra nossos direitos e, para isso, precisamos fortalecer nossa greve para arrancar um aumento real. Só a luta nos garante”, comentou.
Agências de Londrina fechadas.

Em Umuarama e Região, 75% das agências estão fechadas em cinco municípios. Amanhã, nesta terça-feira (13), a adesão deverá em ocorrer em mais duas cidades, chegando a 85% de agências paralisadas. A dirigente sindical Ana Paula Lorine, diz que é grande a insatisfação dos bancários com a proposta financeira, mas a maior preocupação é com o emprego.

“A mobilização precisa ser em torno de cada item da pauta de reivindicações. É muito mais difícil quando se tem que negociar algo especificamente com cada banco. Quando se tem uma adesão nacional negociando todas as nossas bandeiras, a categoria se fortalece como um todo”, observou Ana Paula.

A greve nos municípios de Toledo e Região chegou sétimo dia com 70% das agências fechadas. A maioria da população tem se mostrado favorável à paralisação e entendem que na atual situação não há outra alternativa, segundo avaliação de Isabel Cristina Gregório.

“As pessoas nos dão apoio e desejam sucesso. Este ano, as negociações estão ocorrendo de forma bem acelerada. A instabilidade política tem causado medo e insegurança aos bancários e, por conta disso, viram a necessidade de apoiar a greve. Mesmo não tendo muita adesão nos piquetes, os funcionários não estão forçando a entrada. Os bancários e bancárias sabem que se o índice de reajuste não atingir pelo menos a inflação, será um retrocesso. Estamos firmes na luta, tentando a cada dia construir uma greve envolvendo a categoria bancária e quem sabe atingindo 100% das agências”, disse Isabel.

A bancária da Caixa, Debora Zamboni, lembra que, neste ano, os funcionários do banco podem perder a PLR Social. “Diante do risco real e crescente de privatização da Caixa, os funcionários precisam aumentar a mobilização e a vigilância a todas as ameaças. O projeto de terceirizar todas as atividades é outro absurdo que vai exterminar o emprego dos bancários. Se não nos fortalecermos no movimento, não vamos conseguir o sucesso nas negociações, principalmente, na mesa especifica da Caixa. Esse ano a diretoria já avisou que não vai contratar nenhum funcionário. Só neste primeiro semestre, teve mais de dois mil funcionários da Caixa desligados e não houve reposição. Só a luta nos garante”, lembrou Debora Zamboni.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa enfatizam que “a defesa da Caixa 100% pública tem sido prioridade para os trabalhadores do banco, que lutam contra o seu enfraquecimento e reivindicam que continue sendo protagonista do desenvolvimento econômico e social do país, a exemplo do que ocorreu nos últimos 12 anos. Os empregados da Caixa têm lutado por um banco cada vez mais forte e estratégico para o Brasil, oferecendo crédito aos cidadãos, estimulando o consumo e produção e, consequentemente, o crescimento da economia”.

7º dia de greve
Segunda-feira, 12 de setembro.

Centros administrativos: 8
Apucarana e região: 30
Arapoti e região: 33
Campo Mourão e região: 32
Cornélio Procópio e região: 34
Curitiba e região: 302
Guarapuava e região: 40
Londrina e região: 93
Paranavaí e região: 42
Toledo e região: 22
Umuarama e região: 55

Total: 683 agências

Fonte: Bem Paraná.

Reforma trabalhista vai formalizar jornada de 12 horas

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, informou em reunião com a Central Sindical Brasileira (CSB), que a reforma trabalhista deve ser encaminhada ao Congresso Nacional até o fim deste ano.

Entre as medidas em pauta, está a proposta que formalizará jornadas diárias de até 12 horas. Atualmente, contratos de trabalho com jornadas superiores a oito horas diárias são frequentemente questionados pela Justiça do Trabalho, que ainda não reconhece formalmente a jornada mais longa.

O documento deve contemplar também a criação de dois novos modelos de contrato. A pasta avalia considerar o tipo que inclui horas trabalhadas e produtividade, além do modelo que já vigora atualmente, baseado na jornada de trabalho. O objetivo das medidas é aumentar a segurança jurídica de contratos que não estão estipulados pela legislação trabalhista, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Ronaldo Nogueira ressaltou que não haverá retirada de direitos trabalhistas. “Não há hipótese de mexermos no FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço], no 13º [salário], de fatiar as férias e a jornada semanal. Esses direitos serão consolidados. Temos um número imenso de trabalhadores que precisam ser alcançados pelas políticas públicas do Ministério do Trabalho”, disse Nogueira, em reunião da Executiva Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

Em agosto, o ministro já havia anunciado que o governo mandará uma proposta de atualização da legislação trabalhista ao Congresso. Na ocasião, Ronaldo Nogueira garantiu que os direitos dos trabalhadores serão mantidos. Ele disse que “o trabalhador não será traído pelo ministro do Trabalho". Para Nogueira, a reforma vai criar oportunidades de ocupação com renda e consolidar os direitos.

FGTS: Mudanças estão a caminho

O governo pretende mudar o modelo do FGTS, que passaria a ser responsável pelo seguro-desemprego e por assegurar aos trabalhadores do setor privado uma aposentadoria complementar no regime de capitalização. A reforma do Fundo teria por objetivo criar uma poupança de longo prazo no país e melhorar as contas públicas. Para a equipe econômica, a remuneração paga aos cotistas (3% ao ano, mais a Taxa Referencial, TR) é baixa, o que estimula o saque do dinheiro. A permissão para a retirada do saldo em casos de demissão sem justa causa também incentiva a rotatividade excessiva no mercado de trabalho.

O Ministério da Fazenda avalia que a aplicação dos recursos a juros abaixo dos cobrados no mercado de crédito gera distorções, ao beneficiar um segmento com condições mais facilitadas (habitação, por exemplo), forçando aumento da taxa de juros para o restante da economia.

Por outro lado, os gastos com seguro-desemprego, pago a quem é demitido sem justa causa, pressionam as contas públicas, tanto em períodos de crescimento econômico (quando há maior facilidade de troca de emprego), como na recessão (quando as empresas demitem, porque os funcionários têm pouco tempo de casa e pouco vínculo com a firma). O auxílio não tem qualquer custo para o trabalhador.


FAZENDA VÊ INCENTIVO À ROTATIVIDADE

Para a Fazenda, a rede de proteção aos trabalhadores depende da poupança de longo prazo. O caminho é alterar a Lei 8.036/90, que criou o FGTS e as formas de saque e remuneração. Para isso, a Secretaria do Tesouro Nacional abriu, em 25 de agosto, um processo de licitação para selecionar estudo sobre “Diagnóstico e propostas de reforma para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”, com recursos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O prazo para a inscrição terminou ontem, e os trabalhos finais devem ser entregues dentro de 60 dias, a contar da assinatura do contrato.

Segundo documento sobre o Termo de Referência dessa licitação, ao qual O GLOBO teve acesso, o funcionamento de uma rede de proteção ao trabalhador e a viabilidade do sistema previdenciário dependem de mecanismos de construção de poupança de longo prazo no Brasil. “A configuração atual do FGTS requer reavaliação”, instrui o texto.

O documento ressalta que o modelo atual não estimula o empregador a investir no funcionário e prejudica a produtividade nacional: “A possibilidade de saque dos recursos do Fundo nas demissões sem justa causa estimula a rotatividade excessiva no mercado de trabalho, reduzindo as possibilidade de treinamento de trabalhadores e redundando em baixa produtividade”, diz o texto.

As regras vigentes sobre o seguro-desemprego pago aos demitidos sem justa causa, segundo o texto, “induzem menor esforço do trabalhador para se recolocar no mercado de trabalho e, inclusive, fraudes”. O documento conclui que, diante disso, tornam-se relevante reformas que aprimorem o regime atual de proteção social ao trabalhador.

“Aventa-se, nesse sentido, a possibilidade de criação de um benefício financiado por um regime de capitalização, de contribuição compulsória para o FGTS — que passaria a ter um caráter híbrido, funcionando simultaneamente como seguro-desemprego e poupança capitalizada para a aposentadoria”.

O texto destaca que o dinheiro do FGTS, enquanto não é sacado, é usado pelo governo para fazer programas, como financiamento habitacional e de obras de infraestrutura e saneamento básico. No documento, a Fazenda não diz como ficariam os empréstimos para a casa própria em caso de mudança.


REMUNERAÇÃO BAIXA PARA O TRABALHADOR

No governo do PT, os recursos do Fundo passaram a ser usados para fazer política habitacional como no programa Minha Casa Minha Vida, principalmente na concessão de subsídios (descontos a fundo perdido). Desde 2009, quando o programa foi criado, foram gastos R$ 39,066 bilhões com subsídios. Entre 2015 e 2016, foram transferidos para o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que deveria ter sido abastecido só com dinheiro público, mais R$ 8 bilhões. Foi a opção encontrada pela gestão petista para continuar doando casas na faixa 1 (para quem tem renda de até R$ 1.800).

Para Rodolfo Torelly, do site especializado Trabalho Hoje, o projeto do governo reúne três em um, ao juntar seguro-desemprego, FGTS e aposentadoria em um sistema único. Segundo ele, a medida precisa ser adotada com cautela, para evitar prejuízos aos trabalhadores. Torelly destacou que o FGTS virou um fundo para fazer política pública às custas de uma remuneração baixa para os trabalhadores:
— O trabalhador recebe uma subremuneração — disse.

Para o representante da Força Sindical no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Sérgio Leite, a proposta é descabida. O FAT hoje é a fonte de recursos para o seguro-desemprego. Leite defende que, se não tem dinheiro para arcar com o seguro-desemprego, o FAT deve pedir de volta recursos repassados ao BNDES, em vez de usar o FGTS para esta finalidade. O Fundo, mencionou, é um direito do trabalhador.

Procurada, a assessoria da Fazenda não quis comentar o assunto. Segundo técnicos, porém, não há decisão tomada e, por isso, serão feitos estudos para ver se a proposta é viável. A questão ainda está em fase embrionária, disseram.

8 de setembro de 2016

Leiturista da Sanepar atacado três vezes por cães é indenizado por danos morais e estéticos

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que condenou a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) a indenizar por danos morais e estéticos um agente comercial de campo (leiturista) vítima de três ataques de cães, em datas diferentes, enquanto tentava ler hidrômetros em residências. Devido aos acidentes, ele passou por cirurgia no ombro e no antebraço para reparar as lesões. A indenização equivale a 15 salários do trabalhador. 

Na ação judicial, o leiturista afirmou que os incidentes decorreram também da negligência do empregador por não proporcionar meios eficazes para evitar os problemas com animais domésticos. Ele pediu reparação por danos moral e estético, pois se sente constrangido em apresentar as marcas das mordidas no braço, e requereu, ainda, o custeio de nova cirurgia plástica para retirar os sinais dos cortes. 

A Sanepar, em sua defesa, alegou ter cumprido todas as normas de segurança, higiene e saúde do trabalho, entre eles o fornecimento aos agentes de campo computador de bordo com dispositivo para avisar quais residências tinham cães bravos. A companhia afirmou que, após os ataques, encaminhou o empregado para o hospital, entregou a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para o INSS e acionou a área jurídica a fim de responsabilizar os donos dos cachorros. 

O juízo da 17ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR) determinou o pagamento de indenização equivalente a 15 salários, no total de R$ 13 mil, mas indeferiu o pedido relativo a novo procedimento cirúrgico, por concluir que não ficou comprovada sua necessidade. A sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR). 

De acordo com o TRT, não houve responsabilidade direta da Sanepar, mas sim indireta, por ter sujeitado os empregados ao risco de prestar serviços nas ruas e nos imóveis de desconhecidos. O Regional considerou que a culpa foi agravada pelo relato de testemunhas sobre recomendação da empresa para reduzir o uso do código eletrônico identificador de cão bravo. "Assim, estão presentes o dano, o nexo causal e a culpa do empregador pelos acidentes que o agente sofreu", concluiu. 



TST 

A Sanepar recorreu ao TST com o argumento de que não deve responder pelos incidentes, mas o relator, ministro Walmir Oliveira da Costa, destacou que os três ataques e suas consequências justificam a condenação por dano moral fundada na responsabilidade objetiva, sem a obrigação de comprovar a culpa, porque a atividade da Companhia implicou risco para o empregado (artigo 927, parágrafo único, do Código Civil). Para se chegar à conclusão diversa da adotada pelo TRT-PR, seria necessário revisar os fatos e as provas, conduta vedada em sede de recurso de revista (Súmula 126).

Fonte: Bonde.

Justiça proíbe Sanepar de cobrar conta de antigos "donos" do imóvel

A pedido do MP-PR, Justiça proíbe companhia de saneamento de realizar cobranças indevidas de consumidores. Por decisão da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está proibida, em caráter liminar, de realizar cobranças de consumidores que não tenham usufruído do fornecimento de água e tratamento de esgoto, independentemente de seu vínculo com o imóvel em que o serviço foi prestado. A determinação atende a pedido da 1ª e da 2ª Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor da capital, em ação coletiva de consumo.

Na ação, o Ministério Público do Paraná relata que recebeu diversas reclamações de cobranças indevidas por parte da companhia, que exigia de alguns consumidores o pagamento de dívidas relativas a ocupantes anteriores do imóvel em que residem atualmente. Além disso, a empresa praticava conduta abusiva ao efetuar corte de fornecimento de água e de tratamento de esgoto de um imóvel em razão de débitos de outro, tão somente por ambos pertencerem ao mesmo consumidor, conduta que também foi proibida pela Justiça.

De acordo com a Promotoria, o extenso alcance da prática lesiva tornou-se evidente com o número de reclamações, que demonstraram que a exceção aos limites contratuais e as consequentes cobranças indevidas pela Sanepar causavam transtornos a inúmeros consumidores, em diversas situações.

Fonte: Bem Paraná.

Desemprego sobe para 11,6% e atinge 11,8 milhões de pessoas

Em todo o país, a taxa de desemprego fechou o trimestre encerrado em julho último em 11,6%, subindo 0,4 ponto percentual em relação ao percentual do trimestre imediatamente anterior - de fevereiro a abril - que foi de 11,2%.

A informação consta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua), divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a maior taxa de desemprego da série histórica iniciada em 2012.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando a taxa foi estimada em 8,6%, o desemprego já acumula alta de 3 pontos percentuais. Os dados do IBGE indicam que a população desocupada, de 11,8 milhões de pessoas, cresceu 3,8% na comparação com o trimestre fevereiro-abril (11,4 milhões), um acréscimo de 436 mil pessoas.

Com o resultado do trimestre de maio, junho e julho, a população desocupada fechou com crescimento de 37,4%, quando comparada a igual trimestre do ano passado, um aumento de 3,2 milhões de pessoas desocupadas.


Brasil tem 90,5 milhões de pessoas empregadas

Os dados indicam que a população empregada no trimestre encerrado em julho era de 90,5 milhões de pessoas, ficando estável quando comparada com o trimestre imediatamente anterior (de fevereiro a abril deste ano), uma vez que os 146 mil postos de trabalho fechados entre um período e outro "não foram estatisticamente significativos".

Em comparação com igual trimestre do ano passado, quando o total de ocupados era de 92,2 milhões de pessoas, foi acusado declínio de 1,8% no número de trabalhadores, aproximadamente, menos 1,7 milhão de pessoas no contingente de ocupados.


Carteiras assinadas têm queda de 3,9%

No Brasil, o número de trabalhadores com carteira assinada fechou o trimestre encerrado em julho deste ano com queda de 3,9%, o equivalente a 1,4 milhão de pessoas, comparativamente ao trimestre de maio e julho de 2015.

Os dados da Pnad Contínua, divulgados pelo IBGE, indicam, no entanto, que o total com carteira assinada, que fechou julho em 34,3 milhões de empregados, não apresentou variação estatisticamente significativa quando a comparação se dá com o trimestre de fevereiro a abril deste ano.

A mesma relação ocorre quando se analisa o rendimento médio e a massa de rendimento real habitual recebida pelo trabalhador.

Segundo os números da Pnad Contínua, o rendimento médio real habitualmente recebido em todos os trabalhos fechou o trimestre encerrado em julho em R$ 1.985, com estabilidade frente ao trimestre de fevereiro a abril de 2016 (R$ 1.997); mas em queda de 3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.048).

Já a massa de rendimento real habitualmente recebida em todos os trabalhos em julho encerrou o trimestre em R$ 175,3 bilhões, o que segundo o IBGE também não constitui "variação significativa" em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2016; mas recuou 4% frente ao mesmo trimestre de 2015.

Negociações com aumento real de salários beneficiam 24% dos trabalhadores

Das 304 negociações dos reajustes salariais feitas no primeiro semestre, aproximadamente 24% resultaram em aumentos reais de salários, de acordo com balanço divulgado ontem (1º) pelo Dieese. Outros 37% tiveram reposição das perdas acumuladas com a inflação e 39% ficaram abaixo da inflação, o que implicou perdas de até 0,5% para 11% e de até 2% para 28%.

Segundo o balanço do Dieese, aproximadamente 74% dos reajustes salariais analisados foram pagos integralmente e 25%, em duas ou mais parcelas. Os percentuais são próximos dos observados no segundo semestre de 2015, quando 75% foram pagos integralmente e 23,8% parcelados. Com relação ao pagamento de abonos salariais, o balanço indica que os patamares não se alteraram. Já os reajustes escalonados subiram 24% com relação ao período de 2012 e 2015, usado nesta comparação.

Indústria sai na frente

Quando analisados os setores econômicos, na indústria, 21% dos reajustes resultaram em ganhos reais, 33% ficaram abaixo da inflação e 46% tiveram valores iguais à variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No comércio, o percentual de reajuste igual à inflação foi de 36%, enquanto 26% tiveram aumento real e as negociações com perdas salariais foram 39%. No setor de serviços, os reajustes acima da inflação foram 27% e abaixo 44%.

"A indústria já vinha enfrentando problemas, seja pela taxa de câmbio ou perda da competitividade desde 2011. O desemprego vinha maior do que nos outros setores. Como a indústria é o setor de atividade mais organizado, onde há grau de formalização maior e sindicatos de maior tradição, o que ocorre é que, quando a indústria vai mal nas negociações, reflete nos demais setores", analisou o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira.

Por regiões

Na região Norte, os aumentos reais foram observados em 14% das negociações. Nas outras regiões, esses aumentos giraram em torno de 27%. No caso dos reajustes inferiores à inflação, a região Sul foi a que teve menor incidência, 16%. O mesmo ocorre com relação aos aumentos acima da inflação: 23%. O Norte e Sudeste registraram as maiores proporções de aumentos abaixo da inflação, com 57% e 49%. No Nordeste, 43% dos reajustes ficaram abaixo da inflação e no Centro-Oeste, 32%.

Segundo Silvestre, os resultados ficaram dentro do esperado porque o ano de 2015 já indicava tendência de piora dos reajustes devido ao contexto geral da economia com pelo menos dois anos de recessão, aumento da inflação em 2014 e a continuidade do aumento das taxas de desemprego. "Isso monta um cenário muito ruim para negociação e, em todos os momentos em que há conjuntura semelhante, há reflexo nas negociações. Em 2016 ainda há mais um agravante, que é o quadro político, um combustível a mais para piorar o cenário para os trabalhadores nas negociações."

Silvestre disse que os números não devem ser melhores ao final do ano, mas a tendência de queda da inflação pode contar a favor, além de alguns indicadores apontarem que a atividade econômica não deve cair mais.

"Isso deve ser um alento, mas acho que as negociações não devem ser diferentes. Um exemplo disso são as negociações dos bancários e outras grandes categorias. Como estas são uma espécie de farol, o que eles negociarem servirá de referência para olhar o segundo semestre do ano".

Sindicatos

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, destacou o papel dos sindicatos nas negociações salariais que, mesmo em um quadro econômico recessivo, marcado por forte desemprego e inflação elevada, garantiram reposição das perdas ou reajuste real para mais de 60% das categorias. "Esse conjunto econômico provoca pressão muito forte sobre a negociação coletiva, mas os sindicatos têm conseguido um bom resultado, mesmo em contexto de extrema diversidade", afirmou em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (2).

2 de setembro de 2016

Novo pacote quer colocar estatais à venda

Uma audiência pública convocada pelo deputado estadual Tadeu Veneri (PT) terça-feira (30) colocou em debate a proposta do novo pacote de ajuste fiscal do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e os impactos sobre as empresas estatais de água e energia do estado.

O espaço foi realizado na Assembleia Legislativa e contou com a presença de deputados estaduais da oposição ao governador. Contou também com organizações, como é o caso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e cerca de vinte entidades sindicais. 

As entidades e parlamentares presentes criticaram a forma como o atual governo lida com o Estado, retirando direitos sociais em meio à crise. Foram críticos também ao fato de o Projeto de Lei 149/2016 colocar à venda ações das duas principais empresas estatais do estado, Copel (energia) e Sanepar (água), ao lado de imóveis pertencentes a elas. 

“Há uma tentativa permanente de Richa de querer privatizar as estatais. Neste pacotaço, já está à venda o capital excedente das empresas”, afirma Robson Formica, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), uma das organizações presentes à audiência. 


Vila recebe equipamentos para a Paralimpíada

A Vila dos Atletas e as arenas de competição estão sendo preparadas para receber os atletas paralímpicos. Na Arena do Futuro, por exemplo, o piso onde foi disputado o handebol está sendo substituído para receber as provas do goalball.


Como o número de atletas será menor - são cerca de 4,3 mil paralímpicos contra mais de 11 mil olímpicos - os quartos na Vila dos Atletas foram reduzidos em 40%. Estão sendo retirados armários, camas, luminárias, edredons, almofadas e colchões colocados para os Jogos Olimpícos. O material é levado para o Centro de Distribuição Principal dos Correios, espécie de armazém temporário onde fica toda a logística da Rio 2016, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.


As 32 arenas usadas por 42 modalidades esportivas olímpicas foram reduzidas para 21 áreas de provas nos Jogos Paralímpicos.  A Arena Olímpica de Tênis foi dividida em duas instalações: uma para tênis paralímpico e outra para futebol de 5, praticado por atletas com deficiência visual.


O que não será mais usado vai dar lugar aos equipamentos adaptados para os atletas paralímpicos, como traves, redes e bolas com guizos para o goalball e o futebol de 5; caiaques paralímpicos, para a canoagem velocidade; tatames, para provas de judô; bolas, para o rugby em cadeira de rodas; pisos de bocha; rampas e pódios, para a natação;  e tabelas de basquete. 


Toda essa operação, retirada dos equipamentos que não serão mais usados e montagem dos novos, é feita pelos Correios, operador logístico oficial dos Jogos Rio 2016.


Segundo o coordenador-geral da Força-Tarefa da empresa nos Jogos Rio 2016, Carlos Henrique de Luca Ribeiro, as arenas já estão praticamente prontas para o início da Paralimpíada, com 80% do trabalho de transição concluído. Para a operação logística, a empresa dispõe de 170 caminhões, 2 mil equipamentos de movimentação, 275 funcionários próprios e em torno de 1,7 mil terceirizados.


Já a Arena da Juventude, Campo Olímpico de Golfe, Centro Olímpico de Hóquei, Centro Olímpico de BMX,  Centro de Mountain Bike e o Centro Aquático de Deodoro serão desativados, pois não serão usados para a Paralimpíada, assim como a arena do vôlei de praia, em Copacabana.


Todo o material é levado para o centro em Duque de Caxias e depois será entregue para a prefeitura, confederações esportivas, organizações de eventos e Forças Armadas. Até 30 de novembro, os Correios têm que tirar todos os materiais e desfazer as estruturas.


Nos Jogos Paralímpicos, a empresa ficará com o transporte das 528 medalhas que serão disputadas por atletas de 160 países.


Achados e perdidos



O coordenador-geral Carlos Henrique de Luca Ribeiro informou ainda que mais de 5 mil objetos foram perdidos dentro das arenas de competição da Olimpíada e encaminhados para a empresa. Do total, 5% foram devolvidos.


Os objetos perdidos incluem documentos, celulares, carteiras com dinheiro, roupas, muletas e mochilas com tablets.


A empresa, junto com a Polícia Civil, busca os donos dos materiais. O que não for devolvido será entregue ao Comitê Organizador Rio 2016.


Para saber sobre os objetos, basta ligar para o telefone 3004-2016. Passaportes e documentos estrangeiros são encaminhados ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICCr) da cidade onde foram localizados.