25 de novembro de 2015

Moralidade x Cargos Comissionados

Você saberia dizer o que é a moral? De modo geral, moral é o conjunto de regras que regem um indivíduo, um grupo e /ou uma sociedade. A gestão pública também possui a sua moral caracterizada por sua permissividade e seu narcisismo aos que se auto intitulam merecedores de privilégios que são dotados de “boas relações políticas”.

A racionalidade nestas instituições é a de buscar a satisfação de interesses privados e a cultura média da população contribui para a aceitação desse tipo de comportamento.

O conjunto moral instituído pela sociedade confere à riqueza material o mesmo que a qualidade do indivíduo e como critério para medi-lo sendo este também um estatuto moral. Podemos elencar ainda a acumulação de bens, a competência profissional e o poder que o cargo ocupado concede entre outros fatores de sucesso moral. 

Ou seja, no ambiente profissional esses atributos morais são perseguidos e sua conquista é vista como méritos. Essa conduta leva os indivíduos a disputarem entre si, pois o serviço público reflete a desigualdade social. E esse comportamento se agrava na medida em que seu funcionamento é sustentado com a finalidade de preservar sua própria racionalidade.

Aqueles que não perderam a capacidade crítica e de autorreflexão mantém-se distantes desse modelo que representa aspectos subjetivos e psicológicos deteriorados pelas contradições da racionalidade nesse tipo de gestão pública.

A percepção associada ao diálogo construtivo é uma saída para esse comportamento, no entanto, só é produtivo quando realizado com aqueles que estão abertos a ela, que são justamente aqueles que se fecharam ao fascismo. Então, como dialogar com aqueles que não estão abertos e com aqueles que perderam a consciência?

É preciso implementar ações voltadas à construção da racionalidade crítica no ambiente profissional público que possa reverberar uma outra lógica moral nos atores deste contexto.

Qual o significado, os objetivos e o papel do trabalho exercido pela / na empresa pública? Há uma consciência efetiva dos reflexos sociais dessas práticas? 

Liberdade de discussões que possam alterar condições objetivas no trabalho que aumentam a subjugação a esse conjunto pernicioso de valores; envolvimento dos trabalhadores (as) e da população nos objetivos da empresa pública; reavaliar as técnicas burocráticas que não tenham um fim em si mesmas e apoiar o envolvimento dos profissionais que ocupam os cargos mais altos para o resgate dos fins legítimos da administração pública.

Isso tudo não é garantia para que as coisas melhorem a vida dos demais trabalhadores (as) e da sociedade, porém com certeza são as premissas para um entendimento melhor do que o atual.

Na perspectiva da ética, considerando-a como a análise da moral não podemos deixar de salientar que vivemos em sociedade e toda ordem de valores que se coloca acima do interesse coletivo em prol de um pequeno grupo que se julga “merecedor”, só pode ser tida como algo que lesa a sociedade. 

Dentro do grupo profissional cada qual tem seu papel relacionado diretamente a capacidade e competência que difere em muitos aspectos, a começar pelo salário e pelo plano de carreira. No entanto, se uma das partes envolvidas não atuar como se espera toda a sociedade sofre as consequências, por que então, toda ela não merece ser credora desse privilégio?


Elton Evandro Marafigo
Antonio Cavalcante de Souza Junior

2 comentários:

  1. De discursos vazios de ação, de ação que visão resultados políticos e resultados que somente oprime quem saí as ruas para lutar pela moralidade no exercício público. São vazios de ação e de merecimento da credibilidade de que se espera, e quem pode julgar aquele que acredita que seu silêncio, é mais que um protesto. É acima de tudo um grito de Protesto onde quem fala de moral, subjetivamente falando "quem anda com porcos cheira a ...chiqueiro"

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